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  • Foto do escritorMaria Montoro

Chapada Diamantina & Vale do Pati | 2021

A Chapada Diamantina foi uma abertura de portal pra mim, sabe aquela virada de chave da vida ? Foi em janeiro de 2015, quando visitei esse lugar sem nem mesmo imaginar o que encontraria pela frente.

Depois de 6 anos fui pra lá de novo, muito ansiosa, muito feliz e muito aberta. A Bahia é aquele lugar que tem uma energia única, ou ela te abraça ou te expele. São polos, positivo e negativo, de reencontrar lugares dentro e fora da gente. Não consigo explicar, mas a Bahia me traz muita clareza e consciência.


Diferente de 2015, esse ano fomos mais preparadas - mentalmente e fisicamente rs - fui com mais 3 amigas com o objetivo de nos aprofundarmos na natureza e na imensidão do Vale do Pati.


O Vale do Pati fica no coração do parque nacional da Chapada Diamantina, área protegida pelo ICMBIO. É uma extensa área verde, com algumas cachoeiras e paisagens alucinantes! O trekking pode ser feito em 3 ou até 10 dias, depende do seu objetivo. Optamos por 4 dias.


Dica número 1: encontrar um bom guia! Conhecemos muita gente por lá indo sozinha, só com o mapa do celular (que não pega). Eu, pessoalmente, não acho uma boa ideia.. existe um mundo gigante dentro do Pati e as chances de se perder não são pequenas. Nessa nossa busca, encontramos o Charles ( @charlesguia.chapadadiamantina), combinamos tudo e fomos. Também optamos por ficar na casa dos moradores ( o que valeu MUITO a pena - a comida foi surreal em todos que passamos), mas você pode acampar.


Como disse meu primo, você nunca esta preparado pra uma viagem dessa. Sabe um lugar onde tudo te faz sentir? O que te cansa é o mesmo que te da forças e a potência da natureza em cada passo..


DIA 1 - 14km, muita subida e uma baita fenda no meio do caminho..

DICA PRIMORDIAL: ache um cajado, normalmente vai ter no começo da trilha, rs. Mal sabíamos o que vinha pela frente e lá estávamos nós, 4 meninas, um guia e uma imensidão de infinitas possibilidades. Com ao mochilão nas costas começamos a nossa saga pelo Guiné ( DICA: mochilão de até 30L, eu levei o único que eu tinha de 60L e tive dor nas costas, coisa que eu nunca tive). O primeiro desafio foi uma subidona, que deu as boas vindas àquela natureza divina.

Os kilometros seguintes foram mais planos e com mirantes em todo lugar, passamos pelo cachoeirão por cima, até chegarmos na bendita fenda! Nosso guia já havia nos alertado sobre.. Pensa numa descida íngreme e molhada, acho que do dia, foi o que eu mais sofri. Meus dedos batiam na ponta do tênis (DICA: bota ou tenis de trekking!), o joelho ja estava exausto e as costas nem se fala!

FOTO DESCIDA COM CAJADO

Depois da fenda nada mais me abalava haha, chegamos tarde pra noite na casa do Seu Eduardo, a primeira moradia lá do Vale e a recepção não poderia ter sido melhor. Uma mesa cheia de comida (veggie! haha voce avisa o pessoal antes se tem alguma restrição) feita com muito amor e carinho, vinho ( que o nosso super guia havia levado) e muita prosa.

O banho é gelado! rs, mas depois de toda caminhada vale a pena e ainda energiza as pernas pro dia seguinte.

DIA 2 - 17km, fora da trilha, cachoeirão e Prefeitura

Depois de uma noite super bem dormida, acordamos cedo, tomamos um baita café da manhã e partimos pro cachoeirão por baixo. Como iríamos voltar pra Casa do seu Eduardo, fomos com uma mochila só.


Tinha chovido a noite e a caminhada foi complicada, entre as pedras escorregadias e caminhos "fora da rota", demoramos mais que o esperado pra chegar no cachoeirão. Ficamos por lá um tempo e fizemos o caminho de volta, pegamos nossa mochila na casa do seu eduardo e partimos a caminho da prefeitura, este com esse nome, pois antigamente o Vale do Pati era uma área de plantação e extração de café. No trajeto, passamos pelas escolas da época.

Chegamos na prefeitura no final da tarde. Mais um momento de suspiro longo e admiração por tudo que estávamos vivendo. Uma casinha com alguns quartos na frente do castelo (uma pedra maravilhosa). Banhamos na água gelada, mas energética e mais uma noite com um jantar espetacular. Sabe comida de casa feita na hora ? delicioso! Esse era nosso momento de glória kkkk.

Dia 3 - 7,5km cachoeira, descanso e pirambeira

Acordamos cedo, comemos muito (pra variar rs) e fizemos o ritual de massagem com a canela de velho e pimenta negra, rs (DICA: levar uma pomada desse tipo, porque as dores chegam). Mais um dia deixamos o mochilão e caminhamos para Cachoeira Palmital. Até então parecia tranquilo..

Absolutamente do nada, no meio do caminho tinha um barranco e era ali que deveríamos descer. Acho que essa foi a parte que meu coração bateu mais forte, era FÉ e olhar pra frente, estava tudo muito escorregadio.


Mas como sempre, chegando lá baixo valeu super a pena! Apenas a gente na cachoeira e uma paisagem linda entre pedras e água, além de uma queda deliciosa. A água estava GELADA!

Passamos o dia lá e voltamos para a prefeitura, onde íamos dormir mais uma noite. Maia um dia agradecendo e muito feliz por estar exatamente naquele lugar.

DIA 4 - 11,5km e o que eu mais cheguei perto de uma escalada

Como era o último dia, imaginei que já havia vivido e supero tudo naquele Vale, eis que a vida me pega distraída mais uma vez kkkk, depois de andar num solzão, já cansadas, o Charles avisou que teria uma descida e que a última parte, porém não menos impactante, seria a pior. Dito e feito. Tudo que sobe, desce, né? Aquela maldita fenda que descemos no primeiro dia, tivemos que subir no último. Disciplina, foco e superação, essas foram as palavras que me motivaram a ir até o fim.

Tiramos um momento pra respirar, meditar e agradecer todos aqueles sentimentos que nos fazem estar vivos e nos quais chegamos no limite de (quase) todos. rs. Tomamos um lanche e seguimos por uma vegetação plana, até chegarmos numa pare da cachoeira do Rio Preto. Um momento de descanso e reflexão.

Por fim, só posso dizer que pra entender essa experiência, apenas vivendo-a! E que experiência. Quantos ensinamentos, quanta potência percebi em mim e na natureza, no meu corpo físico e mental. Foram dias especiais demais!

VALE DO CAPÃO

Saímos de Guiné, onde havíamos estacionado o carro e partimos pro Capão ( que da mais ou menos 1:30 de carro), onde alugamos uma casinha de bioconstrução no airbnb por um preço justo. A casa era no meio do mato e foi perfeita para descansarmos, tomarmos banho quente (rs) e cozinharmos.


Chegamos a noite, fomos na cidade comer uma pizza e voltamos pra capotar.

Nos outros dias conhecemos as cachoeiras:

- Riachinho (é a mais perto da cidade e de fácil acesso, é linda! mas nosso guia disse que é a água que passa por toda a Chapada e desagua lá)

- Purificação e Angélica (lindas e deliciosas pra descansar, tem bastante pedra, mas estava com pouca água), a caminhada é por entre as pedras e mais difícil. COMER O PASTEL DE JACA DA JANE na entrada da cachu!

- Rio Preto e Rodas (eu amei, mas sinceramente não chegamos em todas as quedas, estávamos exaustas, então prezamos pelo descanso rs)

Logo no domingo, o dia seguinte do que havíamos chegado, teve a feira de produtores locais e foi TUDO o que a gente precisava! Comidas frescas e orgânicas, um sol rolando, várias marcas reunidas de artes, cosméticos e muito amor. Se for vistar o Capão e tiver a oportunidade, fique até domingo!



A cidadezinha do Capão é a coisa mais linda e acolhedora do mundo, tem várias vendinhas, restaurantezinhos e o pessoal na rua, sempre com muita troca e carinho. Um lugar pra se voltar sempre que der!

CLIMA E EPOCA PARA IR

Nos 4 dias de trilha pegamos sol de manhã, mas frio a noite! No verão nosso guia disse que fica um sol muito mais quente e normalmente chove bastante a noite.

Eu fui para a Chapada a primeira vez em janeiro de 2015 e peguei dias incríveis, uma chuva ou outra, mas nada que acabasse com a viagem. Tive amigas que foram na mesma época 2 anos depois e até voltaram antes, pois choveu MUITO. Estava impossível de fazer trilha.

PERGUNTAS E RESPOSTAS:

Que vocês me mandaram no instagram....


1) Posso ir sozinha?

Eu amo e sou a primeira a incentivar mulheres a viajarem sozinhas! É sempre preciso de atenção redobrada e cuidado, com pessoas, lugares e trocas, mas a Chapada é um lugar com energia ímpar! Conheci uma seguidora que foi morar por lá de mochila e está muito bem acolhida.


2) Onde eu vou de avião pra chegar mais perto da Chapada?

Tem um mini aeroporto em Lençóis, se não me engano tem uma passagem por semana. Eu fui por Salvador e aluguei um carro lá + 8hrs de estrada.


3) O que levar na mala?

O essencial! Nas casas você pode lavar alguma coisa ou outra. Um ou dois shorts, uma calça leggin ou de trilha e uma roupa quente para noite. Sapato apropriado e um chinelo. Poucas coisas de necesseire - se possível levar aqueles minis shampoo e condicionar. Dois biquinis, 3 calcinhas e 4 meias. Uma canga. Acho que fui objetiva né? rs. Ah, além de lanches e frutas pro caminho (normalmente o guia leva bastante coisa).


4) Estadia no Capão.

Dessa vez fiquei em uma casa do airbnb: CASINHA DE BIOCONSTRUÇÂO

mas já fiquei na casa dos nomades e amei ambos <3


5) Dificuldade das trilhas.

O vale do Pati não é fácil. É uma delícia, mas eu não indicaria para alguém que tem alguma lesão ou dores extremas. Não precisa estar " treinado ", uma pessoa mais sedentária vai sofrer um pouco, mas vai fazer hehe.


6) Valores.

O guia e custo do Vale do Pati foi o mais caro da viagem, mas super justo. Pagamos R$ 1200 tudo (com comida inclusa e lanchinhos muito bem prepardaos, diga-se de passagem rs). O carro alugado e a gasolina também foram mais caros, alugamos pela Localiza um duster (mais alto), mas rola ir de ônibus também se quiser algo mais low cost. Como estávamos em 4, ficou R$ 480 por pessoa ( carro por 7 dias ), além da gasolina. A hospedagem foi tranquila também, pagamos R$ 820 por 4 noites, ao todo.


PARA MAIS FOTOS E VÍDEOS:






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